domingo, 12 de junho de 2016

Os fungos mais conhecidos são os bolores, os cogumelos, as orelhas-de-pau e as leveduras (fermentos). Nas classificações mais antigas, eles eram colocados no reino Vegetal, juntamente com as algas e as plantas. Posteriormente, alguns biólogos decidiram incluí-los no reino Protista, juntamente com as algas e os protozoários. A tendência atual, porém, é classificar os fungos em um reino à parte, em virtude de suas características altamente peculiares. Diferente dos vegetais, os fungos têm nutrição heterotrófica, dependendo de matéria orgânica, viva ou morta, que lhes sirva de alimento. A maioria dos fungos vive no solo, alimentando-se de cadáveres de animais e plantas e de outros materiais de origem orgânica, como esterco, por exemplo. Eles liberam enzimas que digerem o substrato orgânico e absorvem, em seguida, as substâncias provenientes da digestão. Assim, os fungos causam o apodrecimento dos materiais e, por isso, são denominados saprófagos. Sobre sua estrutura e organização, alguns fungos, como as leveduras, por exemplo, são unicelulares. A maioria, no entanto, é multicelular, constituída por filamentos microscópicos e ramificados, denominados hifas, que, em conjunto, formam o micélio. A hifa é um tubo microscópico que pode ou não apresentar paredes transversais (septos), delimitando as células. Muitos fungos tem hifas não-septadas, preenchidas por uma massa citoplasmática que contém centenas de núcleos, denominadas hifas cenocíticas. Além do mais, as hifas, menor unidade fisiológica dos fungos, possuem uma parede celular quitínica, ou seja, constituída pelo polissacarídeo quitina. Essa mesma substância está presente do reino Animal, constituindo o esqueleto dos artrópodes. Alguns fungos, além de quitina, apresentam celulose na parede das hifas. Ademais, muitas espécies de fungos formam, em determinadas condições, estruturas denominadas corpos de frutificação, de tamanho e forma variados, que se formam apenas durante a ocorrência de fenômenos sexuais. Dentro do reino Fungo, há a distinção entre quatro filos: os Phycomycetes (ficomicetos), os Chytridiomicota (quitriodiomicetos), os Ascomycetes (ascomicetos) e os Basidiomycetes (basidiomicetos). O principal critério para separar os fungos nesses quatro filos é o tipo de processo sexual e de estrutura reprodutiva que apresentam. Os ficomicetos ou zigomicetos, pertencentes ao filo Phycomycetes, são os fungos mais simples e a maioria deles não forma corpo de frutificação. O nome do filo sugere essa simplicidade, pois “ficomiceto” significa “fungo semelhante a uma alga”. Muitos ficomicetos aquáticos formam esporos dotados de flagelos, os zoósporos, como também ocorrem em certas algas. Em geral, são saprófagos, alimentando-se de matéria orgânica em decomposição. Um exemplo bem comum é o bolor preto do pão, Rhizopus stolonifer. Além disso, os ficomicetos podem constituir micorrizas, associações que envolvem fungos e raízes. Pode-se citar um tipo de reprodução sexuada realizada pelos zigomicetos, que ocorre quando micélios de sexos diferentes se encontram. Em Rhizopus, por exemplo, as hifas de sexos opostos formam hifas especializadas, chamadas gametângios, que um em direção ao outro; ao se tocas, os gametângios se fundem. Um ou mais núcleos haploides de um dos sexos se fundem aos do outro sexo, originando zigotos diploides. A região em que os gametângios se fundiram diferencia-se em uma estrutura esférica, de parede escura e espessa, onde os zigotos sofreram meiose e casa um originará quatro esporos haploides. Cada esporo, ao germinar, dará origem a um novo micélio. Os ascomicetos, pertencentes ao filo Ascomycetes, formam estruturas reprodutivas em forma de saco, denominadas ascos. Existem formas unicelulares, chamadas de leveduras, e formas filamentosas, como os mofos e bolores. Os ascomicetos saprofágicos exercem importantes funções ecológicas, entre elas a decomposição de moléculas orgânicas muito resistentes, como a celulose e a lignina, ambas de origem vegetal, e o colágeno, de origem animal. O modo de vida parasitário também é comum. Além de saprofágicos e parasitas, alguns ascomicetos podem ser mutualísticos, formando micorrizas e a maioria das variedades de liquens. A reprodução sexuada nos ascomicetos se dá por meio do encontro de hifas de micélios de sexos diferentes. Nesse caso, as hifas dos dois micélios se fundem, originando células com dois núcleos. Em algumas dessas células, os núcleos se fundem, produzindo um núcleo zigótico diploide. Este sofre meiose e origina núcleos haploides, que se diferenciam em ascósporos. A hifa onde tudo isso ocorreu se transforma em uma estrutura alongada, em forma de saco, denominada asco. Quando maduro, o asco se rompe, liberando os ascósporos. Ao germinar, cada ascósporo dá origem a um novo micélio haploide. Os basidiomicetos, pertencentes ao filo Basidiomycetes, são cosmopolitas e vivem principalmente em ambiente terrestre e, em sua maioria, são comestíveis. A maioria dos fungos desse filo é saprófaga. Existem, porém, representantes parasitas. Certos basidiomicetos são mutualísticos, compondo micorrizas e liquens. Muitas espécies apresentam corpos de frutificação elaborados, chamados basidiocarpos, ou basidiomas, popularmente conhecidos como cogumelos e orelhas-de-pau. A reprodução sexuada dos basidiomicetos é feita por meio do encontro de micélios diferentes que se fundem e formam um micélio com células binucleadas ou dicarióticas. Essas hifas organizam de maneira compacta, formando um corpo de frutificação denominado basidiocarpo, o cogumelo. No basidiocarpo, algumas hifas se diferenciam em estruturam especiais, os basídios, onde ocorre a fusão dos núcleos, resultando em um núcleo zigótico diploide. Este logo sofre meiose e origina quatro esporos haploides, os basidiósporos. Os basídios se localizam na parte inferior dos cogumelos. Na extremidade livre do basídio, localizam-se os quatro basidiósporos, que logo serão libertados. Ao cair em local adequado, rico em matéria orgânica, um basidiósporo germina e origina um novo micélio. Os quitridiomicetos, pertencentes ao filo Chytridiomicota, vivem principalmente em ambientes de água doce ou salgada. São cosmopolitas, ou seja, existem em diferentes regiões do planeta. Podem ser parasitas ou saprófagos. Uma característica marcante desse grupo é a presença de células dotadas de flagelo em alguma fase da vida. Seu ciclo de vida apresenta uma fase diploide e outra haploide bem definidas. Todavia, a fase diploide não é efêmera. Na reprodução dos quitridiomicetos, os núcleos dos gametângios (estruturas produtoras de gametas) geram, a partir da mitose, gametas haploides flagelados. No encontro de dois gametas de sexos opostos, ocorre a fecundação, que origina um zigoto diploide.Esse zigoto se desenvolve e forma um fungo diploide, esporófito. O esporófito produz tanto esporos haploides quanto diploides, que, ao germinarem, dão origem respectivamente a um gametófito n (haploide) e um esporófito 2n (diploide). Assim, o ciclo se reinicia, com a alternância entre as fases sexuada e assexuada. Os conidiais, ou deuteromicetos, são também chamados de “fungos imperfeitos”, não sendo constituído um filo propriamente dito. A maioria deles é saprófaga e parasita, mas, no entanto, há alguns que são predadores e que estabelecem relações mutualísticas. São encontrados nos meios terrestre e aquático, no ar, no organismo humano, sobre a matéria orgânica de vegetais e de animais vivos ou mortos. Além das formas de reprodução citadas, os fungos, de maneira geral, podem estabelecer reproduções assexuadas tais como: fragmentação, brotamento e esporulação. A maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir assexuadamente é por fragmentação: um micélio se fragmenta originando novos micélios. Por outro lado, leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou gemulação. Os brotos normalmente se seprarem do genitos, mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias de células. Na esporulação, células dotadas de paredes resistentes germinam, produzindo hifas. Em certos fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos. Os fungos, de maneira geral, podem estabelecer relações com outros indivíduos por meio do mutualismo, parasitismo, comensalismo ou predação e, por esse motivo, exercem um importante papel para a manutenção da vida na Terra. Como associação mutualística, é possível citar os líquens. Eles se associam a algas e/ou cianobactérias, de forma que oferecem proteção em troca do açúcar produzido por elas a fim de que sua nutrição seja estabelecida. Além disso, é possível mencionar as micorrizas, que são as relações de mutualismo simbiótico constituídas de fungos e raízes de plantas. As hifas do fungo auxiliam a planta a absorver água e sais minerais, visto que aumentam a superfície de absorção. As plantas, por sua vez, retribuem os fungos fornecendo-lhes os fotoassimilados, dado que eles não são capazes de sintetizar os carboidratos. Ainda relativo às relações mutualísticas, os fungos decompositores obtêm matéria orgânica das folhas que caem das árvores, por exemplo, e liberam enzimas, que resultam na produção de CO2 e água, a partir da celulose, e que serão reutilizados pelas plantas; amônia, a partir das proteínas, que é um nutriente extremamente importante para as plantas por ser fonte de nitrogênio; e fosfato, a partir da decomposição do DNA, que, também, será reabsorvido pelas plantas. As associações de parasitismo dos fungos com outros seres podem ser amplamente observadas por meio do adoecimento de plantas, por exemplo, o que acarreta em um prejuízo, principalmente no setor agroindustrial. Podemos frisar a doença causada por um fungo parasita que é popularmente conhecida como pinta-preta, que ocasiona a incidência de manchas escurecidas nas folhas, nos caules e nos frutos dos vegetais. Na espécie humana, os fungos também podem se apresentar como parasitas, ocasionando diversas patologias, como a candidíase, as onimicoses, as frieiras, entre outras. Há, também, tipos específicos de fungos que se instalam no amendoim e liberam uma substância chamada de aflatoxina, que pode gerar diversas doenças, tais como Hepatite B, problemas no sistema nervoso e até, câncer de fígado. As relações de comensalismo envolvem os fungos saprófagos, que se alimentam de matéria orgânica morta por meio processo chamado de decomposição, no qual liberam enzimas digestivas no meio onde estão inseridas a fim de realizar a digestão extra-celular. Esse processo é essencial para a manutenção de ecossistemas, uma vez que decompõem cadáveres e resíduos orgânicos que, sem sua presença, ficariam acumulados no ambiente. Por isso podemos dizer que os fungos são os “lixeiros da natureza”, realizando a reciclagem da matéria constituinte dos seres vivos, já que os resíduos produzidos poderão ser utilizados por outros organismos. Como exemplo de saprófagos pode-se citar o bolor, que se desenvolve em certos alimentos, como frutas podres. Os fios esbranquiçados que podem ser vistos na superfície correspondem às hifas do fungo. No entanto, isso também é uma desvantagem, já que o bolor pode ser prejudicial à saúde de outros seres vivos, como o homem. Os fungos predadores obtêm nutrientes a partir do aprisionamento de animais muito pequenos ou microscópicos. É comum das hifas secretarem substancias aderentes que aprisionam os organismos que entram em contato com os fungos. Dessa forma, as hifas penetram no corpo da presa, crescendo ate absorver todos os seus nutrientes. Entretanto, alguns gêneros têm métodos mais elaborados. Um exemplo é o Arthrobotrys, que vive no solo e captura nematoides microscópicos através de suas hifas, que apresentam pequenos anéis que se estreitam quando uma presa passa por eles. Torna-se evidente, portanto, que os fungos exercem suma importância tanto economicamente quanto ecologicamente. No campo econômico, os fungos podem servir como finas iguarias, como o champignon e o shitake; podem ser utilizados como fermentos na produção de pães e bolos através da fermentação alcoólica realizada pelas leveduras, além de iogurtes, vinhos e queijos; possuem um aspecto fundamental: o emprego na indústria farmacêutica na produção de antibióticos como a penicilina, acidentalmente descoberta em 1929 por Alexander Fleming e que é usada ate hoje no combate a doenças. No campo ecológico, os fungos reciclam a matéria orgânica e associam-se a outros organismos promovendo vantagens a ambos, além de sua participação em teias alimentares. Há fungos causadores de micoses nos seres humanos, que prejudicam plantas e alguns organismos podendo levando-os à morte, porém sua presença é fundamental para a manutenção dos diversos ecossistemas presentes na Terra. A sua presença nem sempre é notada, pois mesmo que alguns desses organismos possam ser vistos macroscopicamente não se tem a noção da sua real importância, no entanto, a sua ausência resultaria na extinção de espécies e levaria o mundo aos caos do meio ambiente

terça-feira, 7 de junho de 2016

Os Moluscos



Os moluscos, pertencentes ao filo mollusca, são animais invertebrados, marinhos, de água doce e até terrestres, com conchas (como os caracóis) ou sem (como lesmas) e com simetria bilateral, além de poderem viver fixos ou não. São conhecidas aproximadamente 50.000 espécies viventes e que se dividem em oito classes, que são: gastropoda, bivalvia, scaphopoda, aplacophora, cephalopoda, monoplacophora, polyplacophora e caudofoveata.. Trata-se do segundo filo com a maior variedade de espécies, logo após o dos artrópodes. Apesar da grande variedade de espécies, todos possuem o mesmo plano estrutural e funcional.

Os moluscos vêm de centenas de milhões de anos atrás, e ao longo de sua existência adaptaram-se a condições muito diversas, como regiões polares ou tropicais, desde a superfície ate regiões abissais. Seu tamanho também é muito variado: enquanto alguns são milimétricos, outros podem chegar a 20 metros, como as lulas gigantes.

São seres triblásticos e celomados, protostômios, esquizocélicos e hiponeuros. Seus corpos são moles e não segmentados, abrigando um tubo digestório completo.  sua pele produz uma secreção viscosa, o muco, que facilita principalmente a sua locomoção sobre troncos de árvores e pedras ásperas, sem machucar o corpo. o corpo da maioria dos moluscos dividido em três partes fundamentais: a cabeça, o pé e a massa visceral.


            Na cabeça estão o encéfalo e os órgãos sensoriais como tentáculos e olhos. Nos gastrópodes e cefalópodes, a boca possui uma estrutura parecida com uma língua cheia de pequenos dentes afiados de quitina, chamada de rádula. Com ela, os moluscos conseguem raspar os alimentos, transformando-os em pequenas partículas que são envolvidas de muco e enviadas para o estômago.


Os pés servem para locomoção e têm caráter sistemático, sendo a estrutura muscular mais desenvolvida do filo. Nos moluscos, o pé é o responsável pelos movimentos, podendo ser usado para cavar, rastejar ou nadar. Nos polvos e nas lulas os tentáculos fazem o papel de pé.


Na massa visceral são encontradas as vísceras. Nela se encontram todos os órgãos do animal, como estômago, coração e órgãos reprodutores e excretores. Em alguns moluscos, revestindo a massa visceral há uma camada repleta de glândulas produtoras da concha, o manto.

A concha protege os moluscos contra predadores e contra a desidratação (nos moluscos terrestres). Em caracóis, chamados univalves, a conca é formada apenas por uma peça, a valva. Já em ostras e mexilhões, a concha é formada por duas valvas que se articulam, sendo, por isso, chamados de bivalves. Ela apresenta varias camadas: a mais externa é constituída por uma proteína; internamente há duas camadas calcarias (formadas pela deposição de carbonato de cálcio), sendo uma com textura porosa e a outra, a camada nacarada, tem textura sedosa e brilhante (essa camada impede que as outras se dissolvam). Em certos moluscos, como os cefalópodes, a concha é interna e formada por um material parecido com uma cartilagem.



Digestão
Os moluscos podem ser herbívoros, predadores ou filtradores. Apresentam um sistema digestório completo, ou seja, com boca e ânus. Os dois primeiros tipos possuem a rádula. A digestão é inicialmente extracelular, no estômago e nas glândulas digestórias, extracelular. Os bivalves possuem um estilete cristalino, estrutura localizada entre o estômago e o intestino, numa bolsa chamada ceco gástrico e serve para facilitar a digestão liberando enzimas. Nos filtradores, as partículas em suspensão na água são retidas nas brânquias e conduzidas à boca.

Circulação e Respiração
Na maioria dos moluscos, está presente um sistema circulatório aberto ou lacunar, ou seja, o sangue em circulação nem sempre esta em vasos, podendo estar presente em cavidades corporais antes de fluir por outros vasos. O coração ocupa a posição dorsal e fica em uma cavidade chamada pericárdica. Possui um ou dois átrios, e um ventrículo. O sangue das células volta ao coração pelas lacunas A única exceção é o grupo dos cefalópodes, que necessitam de alta pressão devido ao fato de se locomoverem rapidamente. Os moluscos possuem pigmentos respiratórios chamados hemocianina e, principalmente nos cefalópodes, a hemoglobina.

Grande parte dos moluscos respira através de brânquias, vivendo exclusivamente na agua, como os polvos e lulas. Entretanto, outros realizam a respiração pulmonar, ou seja, através de pulmões, sendo terrestres, a exemplo dos caracóis e caramujos. Há ainda aqueles que realizam a respiração cutânea (respiram pela superfície do corpo), que também são terrestres, como as lesmas.

Excreção
Na maioria dos moluscos, a excreção ocorre por um ou mais pares de rins, chamados de metanefrídios. Os fluidos corporais passam do celoma para o interior dos metanefrídios, onde substancias uteis são reabsorvidas e os resíduos eliminados pelo poro excretor. Cada metanefrídio possui um ducto com duas aberturas: uma para a cavidade pericárdica, chamada nefróstoma, de onde retira as excretas, e um poro excretor, chamado nefridióporo, por onde saem as excretas.

Sistema Nervoso e Sensorial
É do tipo ganglionar, ou seja, formado por um conjunto de gânglios nervosos na região da cabeça, unidos entre si por cordões nervosos longitudinais ventrais, interligados por nervos transversais.
Os gânglios cerebróides ficam na cabeça, inervando as principais estruturas cerebrais, os gânglios pediosos inervam os pés, sendo responsáveis pela locomoção e os gânglios viscerais inervam as vísceras.

Locomoçao
Em moluscos terrestres, como os caracóis, os pes são musculosos e promovem seu deslocamento mediante ondas de concentração de um rastro mucoso. Nas ostras, o pé achatado é usado na escavação ou ancoragem. Os bivalves sesseis têm pé reduzido. Alguns são capazes de se locomover na agua abrindo e fechando a concha repetidamente. As lulas são os invertebrados aquáticos mais velozes, devido ao movimento de propulsão a jato criado quando a cavidade do mante se enche de água, que é expelida continuamente.

Reprodução
Os moluscos podem ser hermafroditas(como certos bivalves e nudibrânquios) ou dioicos (maioria dos moluscos); sua fecundação pode ser interna ou externa e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto. A reprodução é exclusivamente sexuada. No desenvolvimento indireto, após a fecundação há a formação de uma larva livre-natante, mesmo no caso de animais sésseis como as ostras e mexilhões, que passa a integrar o plâncton até se fixar definitivamente.

Classificação
Sua classificação ainda é bastante controversa, mas com base em sua morfologia, são reconhecidas as oito classes citadas no inicio da postagem (gastropoda, bivalvia, scaphopoda, aplacophora, cephalopoda, monoplacophora, polyplacophora e caudofoveata).


          Gastropoda é o grupo mais numeroso e diversificado, representando 80% das espécies do filo. Incluem caracóis, lesmas, lebres do mar, lapas e búzios. A maioria é aquática e vai de 1 mm ate 70 cm. Quase todos possuem concha univalve, achatada ou espiralada, na qual fica a massa visceral. Algumas espécies possuem opérculo, que fecha a entrada da concha quando o molusco se recolhe. Os gastrópodes marinhos respiram por brânquias localizadas na cavidade paleal, que funciona como um pulmão para as trocas gasosas. Certos gastrópodes mudam de sexo durante a sua vida;

            Bivalvia é a segunda maior classe dos moluscos (cerca de 15000 espécies) e incluem mariscos, ostras e mexilhões, sendo exclusivamente aquáticos e apresentando a simetria bilateral. Seu corpo é comprimido lateralmente com uma concha externa com duas valvas. Não possuem cabeça e nem rádula. Os membros dessa classe são predominantemente filtradores e outros são necrófagos ou predadores. Vivem enterrados ou presos a substratos e se movimentam com seu pé;












            Scaphopoda compreende os moluscos que possuem concha cônica alongada e curvada, semelhante a uma presa de elefante. Não tem olhos e possuem pequenos tentáculos usados para capturar alimentos. Um exemplo de membro dessa classe é o dentalium;


            Aplacophora é um grupo que não possui concha, tentáculos e nem olhos. Possuem espiculas ou escamas calcárias secretadas pela epiderme. Alguns vivem enterrados em fundos arenosos ou lodosos dos mares e se alimentam de microrganismos, enquanto que outros vivem sobre cnidários, dos quais se alimentam. São encontrados em profundidades entre 80 e 3000 m.


            Cephalopoda é um grupo relativamente pequeno, mas que possui populações abundantes nos mares, incluindo polvos, lulas e náutilos. Podem ter concha interna reduzida, como nas lulas; externa, como nos náutilos ou ainda não ter concha nenhuma, como nos polvos. A cabeça dos cefalópodes normalmente possui um par desenvolvido de olhos e uma boca rodeada de tentáculos ou espinhos. Em algumas espécies, os tentáculos possuem ventosas. Os cefalópodes são predadores ativos, que utilizam de sua rádula para ferir as presas e em certos casos, ate injetar veneno. Possuem cromatóforos, células especiais responsáveis pela mudança de cor, como forma de camuflagem e atração de parceiros sexuais. Muitos apresentam uma bolsa de tinta anexa ao intestino, que tem seu conteúdo eliminado na agua para distrair predadores quando os cefalópodes se veem em perigo.











            Monoplacophora é uma classe cujos representantes possuem uma concha univalve, que cobre seus corpos como um capuz. O pé apresenta formato discoidal, a cabeça é pequena e os tentáculos estão ausentes. Vivem em sedimentos de rochas, ou seja, têm tamanho reduzido. Sua rádula é membranosa e alargada, com varias fileiras de dentes. Até meados do século XX todas as espécies eram fosseis, ate que novas foram descobertas em 1952, sendo atualmente registradas apenas 20 espécies.

            Polyplacophora tem seus representantes normalmente chamados de quítons, com corpo alongado e achatado, com pé desenvolvido. o nome do grupo explica-se pela sua concha, com oito placas dorsais. São exclusivamente marítimos, vivendo desde águas rasas ate as profundas. A maior parte deles é herbívora, mas algumas espécies alimentam-se também de pequenos invertebrados.

       


Caudofoveata é uma pequena classe, da qual se conhecem cerca de 100 espécies. Não possuem concha, sendo assim vermiformes e cilíndricos. Vivem em águas profundas, enterrados em sedimentos. Não têm pés nem estruturas sensoriais como tentáculos, olhos ou estatocistos e variam de 2 a 140 mm de comprimento.










Os moluscos estão muito presentes em nosso dia-a-dia, como na culinária, já que diversas espécies são utilizadas como alimento. Os botões de madrepérola e as pérolas são oriundos de conchas de bivalves e a “tinta” que é usada por polvos como defesa era bastante usada em canetas de artistas e arquitetos. Claro que nem todos os moluscos são beneficiais à nossa saúde, visto que alguns podem perfurar cascos de navios e âncoras de madeira (as famosas cracas), devastar plantações e jardins (caracóis e lesmas), ser hospedeiros de agentes patológicos (caramujos do gênero Biomphalaria) e destruir ostras (caramujo perfurador). Além de tudo isso, os moluscos também possuem uma grande importância nas cadeias alimentares, sendo detritívoros, consumidores de microrganismos, predadores de grandes presas (peixes e vermes) e herbívoros (alimentando-se assim de algas e outras plantas)

http://brasilescola.uol.com.br/biologia/moluscos2.htm
http://escolakids.uol.com.br/moluscos.htm
http://www.infoescola.com/biologia/moluscos-mollusca/
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/moluscos.php
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moluscos

segunda-feira, 6 de junho de 2016

                              O conceito de simetria

Simetria esférica: Um objeto apresenta simetria se, cortado real ou imaginariamente por um plano central, origina duas metades equivalentes, isto é, simétricas. Uma bola, por exemplo, apresenta simetria esférica. Isso significa que qualquer plano que passe por seu centro a divide em duas metades simétricas.

Simetria radial: O mesmo não ocorre com uma maça. Se cortarmos a maça ao longo de seu eixo maior, obteremos duas metades simétricas; mas, se a cortarmos transversalmente, teremos duas partes não-simétricas. Nesse caso, fala-se em simetria radial, pois as metades simétricas são obtidas traçando planos longitudinais, como se fossem os raios de uma circunferência.

Simetria bilateral: Outro tipo de simetria é a bilateral. Nesse caso, existe um único plano de simetria que divide o objeto em duas metades simétricas. Nossa cabeça, por exemplo, apresenta simetria bilateral: apenas um plano a divide em metades simétricas, cada um com seu olho, orelha, maio nariz etc.

A presença de simetria revela organização. Apenas algumas esponjas apresentam corpo assimétrico. Os cnidários, juntamente com os equinodermos, são os únicos filos de animais cujo corpo apresenta simetria radial. Em todos os outros filos, o corpo apresenta simetria bilateral. 

Exercícios sobre poríferos:

1-Explique resumidamente em que consistem os processos de reprodução assexuada de esponjas apresentados a seguir:

a) Fragmentação;            b) Brotamento;              c) Gemulação.

2-Esquematize, de maneira mais simplificada possível, o ciclo de uma esponja dióica.

3-Porque dizem que o desenvolvimento das esponjas é indireto?

Filo dos platelmintos e suas características

           
         Os platelmintos são vermes que surgiram na Terra há provavelmente cerca de 600 milhões de anos. Esses animais têm o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo: platelmintos (do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme').  Compreendem em torno de 15 mil espécies, vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; são encontrados também em ambientes terrestres úmidos. Alguns têm vida livre, outros parasitam animais diversos, especialmente vertebrados.

          Medindo desde alguns milímetros até metros de comprimento, os platelmintos possuem tubo digestório incompleto, ou seja, têm apenas uma abertura - a boca-, por onde ingerem alimentos e eliminam as fezes; portanto, não possuem ânus. Alguns nem tubo digestório têm e  vivem adaptados à vida parasitária, absorvendo, através da pele, o alimento previamente.

         
         Com simetria bilateral, não possuem sistemas circulatório e respiratório e sua digestão é feita célula a célula, da mesma forma que as trocas gasosas, que acontecem através da epiderme por toda a superfície do corpo. Os platelmintos possuem, no entanto, um sistema excretor que é formado por finos canais em rede que se comunicam com o exterior do corpo e com as células-flama, especializadas, com cílios que, agitando-se constantemente, produzem uma corrente de água responsável por conduzir os resíduos para fora do corpo.

         Os platelmintos não possuem celoma – acelomados – e possuem três folhetos germinativos, ectoderme, mesoderme e endoderme – triblásticos. A ectoderme é responsável por dar origem ao revestimento externo, a mesoderme por dar origem à musculatura e ao parênquima (tecido que preenche o espaço que há entre o intestino e a parede do corpo) e a endoderme por dar origem ao intestino e seu revestimento.




                                Esponjas ou Poríferos

   Diagnose dos poríferos: Animais filtradores, com organização celular corporal primitiva. Simetria radial ou sem simetria. Não apresentam órgãos ou sistemas.
   Onde encontrá-los? Os poríferos são aquáticos e a maioria vive no mar. A maneira mais fácil de achar um porífero é procurar em rochas e madeiras submersas no litoral de regiões tropicais e subtropicais. As espécies mais comuns de esponjas formam crosta de cor amarela, laranja ou cinzenta.
   Classificação: O filo Porifera é dividido em três classes, de acordo com os elementos de sustentação esquelética presentes. A classe Calcarea reúne representantes com espículas calcárias; a classe Hexactinellida reúne representantes com espículas silicosas; a classe Desmospongiae pode ter representantes sem elementos esqueléticos, com espículas silicosas ou com fibras esponjosas.
   Dados anatômicos e fisiologia: Sistema digestivo: Ausente. Alimento capturado por fagocitose dos coanócitos que revestem o átrio. Digestão intracelular.
Sistema circulatório: Ausente. Difusão de substâncias através dos espaços entre as células.
Sistema respiratório: Ausente. Trocas gasosas por difusão.
Sistema excretor: Ausente. Excreções lançadas por difusão da água circundante.
Sistemas nervosos e sensorial: Ausentes.
   Reprodução: Assexuada ou sexuada.