terça-feira, 20 de setembro de 2016

Os anfíbios

Os Anfíbios
A palavra anfíbio vem do grego amphi bio, e siginifica duas vidas, ou vida dupla. Daí vem o nome desse grupo de animais, que são capazes de viver no ambiente terrestre na fase adulta, mas que dependem da água para a reprodução. Os anfíbios fazem parte do grupo dos vertebrados, representando a transição das formas de vida exclusivamente aquáticas (peixes) para as capazes de viver na terra (répteis). São caracterizados por sua pele úmida, com glândulas, pela ausência de pelo ou penas e, uma de suas características mais conhecidas, o sangue frio. Assim como os répteis, eles adaptam a temperatura corporal à temperatura do ambiente, tanto na água quanto na terra, e por isso, são muito sensíveis a mudanças climáticas e ambientais. Origem e Evolução Há 400 milhões de anos, todos os ambientes aquáticos eram ocupados por peixes. Evidências paleontológicas sugerem que nesse período, o clima teria provocado o ressecamento de lagoas e cursos de agua e, dessa forma, os peixes que pudessem se apoiar em nadadeiras carnosas e obter oxigênio por meio do ar poderiam rastejar a procura de outros corpos de agua. Além disso, o meio aquático era cheio de predadores, enquanto que no terrestre, onde as plantas já haviam iniciado sua dispersão, havia algumas espécies de invertebrados. A combinação entre abundância de alimentos e escassez de predadores teria feito do meio terrestre o local ideal para a sobrevivência de novas espécies. Os anfíbios atuais são descendentes dos primeiros vertebrados a iniciarem a saída das águas, provavelmente com um menor número de adaptações morfológicas do que os outros tetrápodes (sendo estes os répteis, as aves e os mamíferos), e um compensatório, porém diferente, número (e formas) de adaptações fisiológicas.
Cobertura Corporal Sua pele é formada por dois tecidos: a epiderme e a derme. A derme, formada de tecido conjuntivo é frouxamente ligada à musculatura, podendo apresentar cromatóforos (células pigmentares), que são responsáveis pela coloração. A superfície da epiderme secreta queratina, a fim de protegê-los da desidratação, já as células mais internas originam glândulas mucosas, cuja secreção ajuda a manter a pele úmida, e glândulas serosas, que secretam toxinas. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas. Existem espécies mais e menos tóxicas e os acidentes com humanos somente acontecerão se essas substâncias entrarem em contato com as mucosas ou sangue. A pele fina, rica em vasos sanguíneos e glândulas, através da respiração, permite-lhes, a absorção de água, que funciona como defesa orgânica. Quando estão com "sede", encostam a região ventral de seu corpo na água e a absorvem pela pele. Esqueleto O esqueleto dos anfíbios, como o de outros vertebrados, fornece apoio aos músculos e protege o sistema nervoso e as vísceras. A organização do esqueleto varia de acordo com cada espécie e suas necessidades especificas. O crânio é leve, com perfil achatado e com grandes orifícios nas orbitas e narinas. Suas maxilas podem suportar pequenos dentes. Respiração e Circulação No estágio larval, de vida aquática, os anfíbios respiram por brânquias, como os peixes. Quando adultos, vivem em ambiente terrestre e realizam a respiração pulmonar. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície de contato para as trocas gasosas, a respiração pulmonar é pouco eficiente, sendo mais importante a respiração cutânea, ou seja, processo de trocas gasosas com o meio ambiente através da pele.A pele deve, necessariamente, estar úmida, pois os gases não se difundem em superfícies secas. As paredes finas das células superficiais da pele permitem a passagem do oxigênio para o sangue. A pele dos anfíbios é bem vascularizada, isto é, com muitos vasos sanguíneos. Quanto à circulação, os anfíbios têm circulação fechada (o sangue circula dentro dos vasos). Como ocorre mistura de sangue venoso (rico em gás carbônico) e arterial (rico em oxigênio), a circulação neste grupo de animais é incompleta. Além disso, sua circulação é dupla, já que o sangue circula por dois circuitos, o pulmonar e o sistêmico. -Na circulação pulmonar, o sangue pobre em oxigênio, que vem do corpo e entra no átrio direito do coração, passa ao ventrículo e depois aos pulmões, onde é oxigenado e depois volta ao coração pelo átrio esquerdo, passando então para o ventrículo. -Na circulação sistêmica, o sangue oxigenado é impulsionado aos órgãos do corpo e, depois de ceder parte do oxigênio para as células, retorna ao coração. Uma estrutura presente no ventrículo impede que esse sangue se misture daquele vindo dos pulmões.
Nutrição, digestão e excreção As formas larvais geralmente são herbívoras, já na fase adulta, que ocorre no ambiente terrestre, os anfíbios são carnívoros. Alimentam-se de minhocas, insetos, aranhas, e de outros vertebrados. Os dentes, por serem poucos desenvolvidos, não servem para mastigar ou triturar, mas para impedir que os alimentos escapem da boca. A língua, que é fixada à parte anterior da boca, possui glândulas que secretam substâncias viscosas. Quando esticada para fora da boca, a língua desses animais alcança uma grande distância, sendo assim que os anfíbios capturam suas presas, que ficam aderidas à língua. Possuem estômago bem desenvolvido, intestino que termina em uma cloaca, glândulas como fígado e pâncreas. Seu sistema digestório produz substâncias capazes de digerir a "casca" de insetos. Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins, e sua urina é abundante e bem diluída, isto é, há bastante água na urina, em relação às outras substâncias que a formam. Sistema nervoso e sensorial Os anfíbios possuem encéfalo e medula espinhal dos quais partem, respectivamente, nervos para a cabeça e para o restante do corpo. As formas larvais das espécies aquáticas possuem linha lateral semelhante à dos peixes. Sua visão é sensível a movimentos e as glândulas lacrimais e pálpebras móveis ajudam a manter a superfície dos olhos limpa e protegida, o que é uma importante adaptação à vida terrestre. O tato, o olfato e o paladar são bem desenvolvidos. A audição também é muito importante, visto que as vocalizações dos machos atraem as fêmeas. Reprodução Os anfíbios apresentam 39 modos reprodutivos distintos, com alguns mais comuns do que outros, sendo superados em diversidade de modos reprodutivos apenas pelos peixes. Todas as espécies de anfíbios possuem sexos separados, e, na maioria delas, a fecundação é externa. Também é muito comum a fase larval, que passa por metamorfose, em muitas espécies. Outras espécies são totalmente terrestre e, nelas, a fecundação é interna e sem metamorfose. O lugar para a reprodução dos anfíbios varia entre as espécies. Pode ser uma poça transitória formada após uma chuva, um rio, lago ou um açude. Há também os que procriam na terra, desde que seja bem úmida. O acasalamento da maioria dos anfíbios acontece na água. O coaxar do sapo macho faz parte do ritual "pré-nupcial". A fêmea, no seu período fértil, é atraída pelo parceiro sexual por meio do seu canto e do seu coaxar.
Classificação Atualmente, os representantes dos anfíbios estão divididos em três ordens: a dos anuros, a dos caudados e a dos apodes. Ordem dos anuros A ordem dos anuros é composta por sapos, rãs e pererecas, sendo o grupo com mais espécies no Brasil e no mundo. Algumas espécies produzem venenos potentes. Os sapos, principalmente da família Bufonidae, são os maiores animais anuros, com o tronco mais forte e pele mais seca e rugosa. São abundantes em regiões tropicais e temperadas do mundo, sendo mais frequentes em lagos e riachos. Muitas espécies passam longos períodos longe da água, mas retornam a ela para realizar a reprodução. Em varias espécies, o macho da um abraço nupcial na fêmea, que solta na agua ovos envoltos numa capa gelatinosa, sobre os quais o macho deposita os espermatozoides. Alguns dias após a fecundação, o ovo libera um girino, que mais tarde cresce e sofre metamorfose, num processo que pode durar até três anos.
Ordem dos caudados ou urodelos Essa ordem reúne as espécies de salamandras e tritões, que em sua maioria é carnívora, que estão distribuídos nas regiões temperadas no hemisfério Norte e nas zonas tropicais da América Latina. Seus hábitos são essencialmente noturnos. Diferente dos anuros e das cobras-cegas, as salamandras possuem cauda e patas, são pequenas e se movem bem devagar. Sua pele é lisa, úmida e pegajosa, como a pele das rãs, mas seu corpo é mais alongado, e por isso não têm a habilidade de saltar. Geralmente medem menos de 15 cm de comprimento e secretam um veneno que as protege de predadores. Esse veneno é produzido por glândulas localizadas na parte de traz da cabeça e é muito forte. Esses animais são muito confundidos com os lagartos, mas podem ser diferenciados pela ausência de escamas. Além disso, o corpo das salamandras e dos tritões possui glândulas visíveis ao longo do corpo. A ordem Urodela possui espécies aquáticas, semi-aquáticas ou terrestres, mas sua vida inicia obrigatoriamente na água, e por isso, são da classe dos anfíbios. A reprodução ocorre geralmente por fecundação interna. Após a fecundação, as fêmeas depositam ovos dentro da agua, que, ao eclodir, liberam larvas branquiadas e com cauda em forma de nadadeira. Mais tarde, essas larvas sofrem metamorfose.
Ordem dos ápodes A ordem dos ápodes é composta pelas cecílias e cobras-cegas. Embora tenha uma aparência física muito parecida com a aparência das cobras, as cobras-cegas não são répteis. Seu corpo tem a aparência de uma grande minhoca, sua pele é lisa e com pequenas marcas, formando anéis. Alimentam-se de invertebrados do solo, como vermes e minhocas. Esses anfíbios não possuem patas, e seus olhos não são desenvolvidos, por isso não podem ver. Seus corpos são longos e delgados e eles são adaptados à vida na água, em túneis ou no solo A falta de visão é compensada por pequenos tentáculos, que os ajudam a “enxergar” pelo tato. Nesses animais, a fecundação é interna e os machos possuem um órgão próprio para a cópula, o falodeu. As espécies dessa ordem podem ser ovíparas, ou vivíparas.
Referências http://aprovadonovestibular.com/anfibios-animais-caracteristicas-fotos-tipos-e-exemplos.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Anf%C3%ADbios http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/bioanfibios.php

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